Gnatostomíase e leishmaniose cutânea: uma coinfecção possivel
DOI:
https://doi.org/10.5935/2764-734X.e202203009Palavras-chave:
Gnatostomiase, Leishmaniose cutânea, Coinfecção, Albendazol, Antimonial pentavalenteResumo
Gnatostomíase é uma helmintose transmitida ao homem por ingesta de alimentos crus ou malcozidos, contaminados com larvas de Gnathostoma sp. As manifestações clínicas da gnatostomíase variam de acordo com a espécie, carga parasitária e tecidos acometidos. As lesões cutâneas são caracterizadas, principalmente, por nodulações ou áreas de edema que acometem qualquer topografia do corpo. Já a leishmaniose cutânea se caracteriza, principalmente, por lesão cutânea ulcerada única, causada por diferentes espécies de Leishmania. Neste artigo, apresentamos um relato de caso de coinfecção de Gnathostoma e Leishmania, com apresentação clínica de lesão cutânea ulcerada em região tricipital de membro superior direito que surgiu durante viagem ao Peru. Inicialmente foi feito o diagnóstico de leishmaniose por detecção de amastigotas, mas quando do início do tratamento, houve saída de helminto caracterizado com Gnathostoma por esteromicroscópio. Paciente recebeu tratamento com albendazol, tendo apresentado cicatrização da lesão. Esse é o primeiro relato de coinfecção Gnathostoma e Leishmania descrito na literatura.
Referências
1. Herman JS, Chiodini PL. Gnathostomiasis, another emerging imported disease. Clin Microbiol Rev. 2009 Jul;22(3):484-92.
2. Peláez D, Pérez-Reyes R. Gnathostomiasis in America. Rev Latinoam Microbiol. 1970 Abr/Jun;12(2):83-91.
3. Ollague W, Ollague J, Guevara de Veliz A, Herrera S. Human gnathostomiasis in Ecuador (nodular migratory eosinophilic panniculitis). First finding of the parasite in South America. Int J Dermatol. 1984 Dez;23(10):647-51.
4. Villar de Cipriani E. Paniculitis migratoria eosinofílica en el Perú: Gnathostoma como agente causal. Rev Peru Med Exp Salud Publica. 2003 Out/Dez;20(4):220-2.
5. Dani CMC, Mota KF, Sanchotene PV, Maceira JP, Maia CPA. Gnatostomíase no Brasil: relato de caso. An Bras Dermatol [Internet]. 2009 Ago; [citado 2021 Feb 8]; 84(4):400-4. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abd/a/fc7GmYgcBXnDbx3vZ58bLyN/?lang=pt
6. Vargas TJS, Kahler S, Dib C, Cavaliere MB, Jeunon-Sousa MA. Autochthonous gnathostomiasis, Brazil. Emerg Infect Dis. 2012 Dez;18(12):2087-9.
7. Haddad Junior V, Oliveira ÍF, Bicudo NP, Marques MEA. Gnathostomiasis acquired after consumption of raw fresh water fish in the Amazon region: are port of two cases in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2021;54:e20200127.
8. Diaz JH. Gnathostomiasis: an emerging infection of raw fish consumers in Gnathostoma nematode-endemic and nonendemic countries. J Travel Med. 2015 Set/Out;22(5):318-24.
9. Liu G H, Sun MM, Elsheikha HM, Fu YT, Sugiyama H, Ando K, et al. Human gnathostomiasis: a neglected food-borne zoonosis. Parasit Vectors. 2020 Dez;13(1):616.
10. Bravo F, Gontijo B. Gnathostomiasis: an emerging infectious disease relevant to all dermatologists. Ann Bras Dermatol. 2018 Mar;93(2):172-80.
11. Goto H, Lindoso JAL. Cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis. Infect Dis Clin North Am. 2012 Jun;26(2):293-307. DOI: https://doi.org/10.1016/j.idc.2012.03.001
12. Leroy J, Cornu M, Deleplancque AS, Loridant S, Dutoit E, Sendid B. Sushi, ceviche and gnathostomiasis - a case report and review of imported infections. Travel Med Infect Dis. 2017 Nov/Dez;20:26-30.
13. Nawa Y, Mallewong W, Intapan PM, Camacho SPD. Gnathostoma. In: Xiao L, Ryan U, Feng Y, eds. Biology of foodborne parasites. Boca Raton: CRC Press; 2015. p. 420-41.
14. Pavli A, Maltezou HC. Leishmaniasis, an emerging infection in travelers. IntJ Infect Dis. 2010 Dez;14(12):e1032-9.
15. Scott P, Novais FO. Cutaneous leishmaniasis: immune responses in protection and pathogenesis. Nat Rev Immunol. 2016 Jul;16(9):581-92.
16. Moreau E, Chauvin A. Immunity against helminths: interactions with the host and the intercurrent infections. J Biomed Biotechnol. 2010;2010:428593.
17. Kraivichian K, Nuchprayoon S, Sitichalernchai P, Chaicumpa W, Yentakam S. Treatment of cutaneous gnathostomiasis with ivermectin. Am J Trop Med Hyg. 2004 Nov;71(5):623-8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Infectologia em Evidência

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Cessão de Direitos subentende ainda que os autores garantem que o respectivo Relato de Caso jamais foi publicado em outro veículo de comunicação ou revista científica. Trabalhos apresentados em reuniões e/ou congressos científicos podem vir a ser publicados na revista eletrônica INFECTIONS IN EVIDENCE / INFECTOLOGIA EM EVIDÊNCIA, desde que não tenham sido publicados parcial ou integralmente nos respectivos Anais.